05 julho 2008

DEVERES



Quais são os deveres dos diabéticos?
Para que a vida se prolongue e a diabetes não seja um impedimento ao usufruto de uma vida normal, o diabético deve:
Assumir comportamentos que o conduzam permanentemente à obtenção de ganhos de saúde e que contribuam para o seu autocontrolo
Predispor-se a aprender continuamente a controlar a sua diabetes;
Tentar ser autónomo, praticando o seu próprio autocontrolo;
Examinar regularmente os pés;
Tentar seguir um estilo de vida saudável;

Controlar o peso;
Praticar actividade física regular;
Evitar o tabaco;
Esclarecer-se sobre quando e como contactar a equipa de saúde em situação de urgência ou de emergência;
Contactar a equipa de saúde sempre que sinta necessidade e até que fique esclarecido sobre as questões que o preocupam;
Entrar em contacto e conversar com outras pessoas que tenham a diabetes e com associações locais ou nacionais de doentes diabéticos;
Assegurar que a família, amigos e colegas de trabalho se encontram esclarecidos sobre as necessidades da diabetes;
Controlar diariamente a sua diabetes, desempenhando um papel activo no seu tratamento
Fazer a sua autovigilância e adaptando o tratamento aos resultados – autocontrolo;
Tomar correctamente a medicação;
Examinar e cuidar dos pés;
Contactar a equipa de saúde se verificar que está mal controlado ou se apresentar hipoglicemias graves, ou ainda se surgirem sintomas de infecção;
Evitar desperdícios dos recursos comuns existentes, de forma a contribuir para a manutenção e, se possível, aumento dos seus direitos
Cumprir o plano de vigilância e terapêutica;
Usar correctamente os materiais de controlo e tratamento;
Usar adequadamente os serviços de saúde;
Utilizar correctamente o Guia do Diabético disponibilizado pelo seu médico assistente e ajudar os outros diabéticos a fazê-lo também.


DIREITOS



Que direitos têm os doentes diabéticos?
Um plano de tratamento e objectivos de autocuidado
Aconselhamento personalizado sobre a alimentação adequada;
Aconselhamento sobre a actividade física adequada;
Indicação sobre a dosagem e o horário da medicação e ainda sobre como adequar as doses com base na autovigilância;
Indicação sobre os objectivos para o seu peso, glicemia, lípidos no sangue e tensão arterial;
Análises laboratoriais regulares para controlo metabólico e do seu estado físico , revisão, pela equipa de saúde, dos resultados da autovigilância e do tratamento corrente, em cada contacto com profissionais da equipa;
Análise, revisão e alteração, sempre que necessário, dos objectivos de autovigilância;
Ajuda e esclarecimento; Educação terapêutica contínua; Verificação, pela equipa de saúde, do seu controlo; Verificação, se necessário, do peso, tensão arterial e dos lípidos sanguíneos;
Avaliação anual dos olhos e da visão, dos pés, da função renal, dos factores de risco para doenças cardíacas, das técnicas de autovigilância e de injecção e dos hábitos alimentares;
Tratamento de problemas especiais e emergências
Conselhos e cuidados às mulheres que desejem engravidar;
Acompanhamento especializado na gravidez e no parto;
Conselhos e cuidados a crianças, adolescentes e às suas famílias;
Acessibilidade adequada a cuidados especializados, em caso de problemas nos olhos, nos rins, nos pés, nos vasos sanguíneos ou no coração;
Acompanhamento adequado à pessoa idosa;
Educação terapêutica para o doente e para a sua família
O porquê da necessidade de controlo dos níveis de glicemia;
Como controlar os níveis de glicemia através de uma alimentação adequada, actividade física adaptada e tratamento com medicação oral e/ou insulina;
Como avaliar o seu controlo através de testes de sangue e/ou urina (autovigilância) e actuar face aos resultados (autocontrolo);
Quais os sintomas de aumento dos níveis de glicose e acetona, como prevenir e tratar;
Quais os sintomas de descida do nível de glicose, como prevenir e tratar;
O que fazer quando está doente;
Prevenção e tratamento das possíveis complicações crónicas, incluindo lesões nos olhos, nos rins, nos pés e o endurecimento das artérias;
Como lidar com o exercício físico, com as viagens e com outras situações sociais ou de lazer;
Como actuar perante eventuais problemas de emprego, serviço militar, seguros, licença de condução automóvel, entre outros;
Informação sobre o suporte social e económico existente, para que o diabético tenha os direitos sociais (emprego, reforma e outros) que as suas capacidades e habilitações possibilitem, sem qualquer tipo de restrição ou discriminação.


O que significa ter a diabetes controlada?
Significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com factores como a idade, tipo de vida, actividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.
Convém lembrar-se de que os valores do açúcar no sangue variam ao longo do dia, motivo pelo qual se fala em limites mínimos e limites máximos.

Como se sabe se a diabetes está controlada?
Diariamente, é o doente que se analisa e vigia a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa.
São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.
Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.
Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o doente deve consultar o médico assistente.


Como conservar a insulina?
Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservadas à temperatura ambiente,ou no friogorífico na parte dos "ovos", afastadas da luz solar directa e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro. Agora as farmácias já oferecem uns saquinhos térmicos para trazer a insulina.

Onde se injecta?



Onde se injecta a insulina?
A insulina pode ser injectada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de acção rápida. Deve ser usada para as injecções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injecções de insulina de acção intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa.
Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injecção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.

Insulina




O que é a insulina?
A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do DNA recombinante ou da modificação química da insulina do porco.
Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reacções alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina. No nosso país, só se encontra disponível a concentração U-100 (1ml=100 unidades).
Por que é que a insulina é necessária para o tratamento da diabetes tipo 1?
Porque, nos doentes com a diabetes tipo 1, as células do pâncreas que produzem insulina foram destruídas, motivo pelo qual este produz muito pouca ou nenhuma insulina. Como sem insulina não se pode viver, a administração de insulina produzida laboratorialmente é um tratamento imprescindível de substituição.
Como se usa a insulina?
O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele (subcutânea). Até à data o desenvolvimento científico ainda não conseguiu produzir nenhuma forma de insulina que possa ser tomada por via oral, uma vez que o estômago a destrói automaticamente.
Por ser injectável, é necessário que o doente tenha atenção ao modo como a manuseia. Deve ter os seguintes cuidados:
Colocar a cápsula de protecção sem tocar na agulha após a utilização da seringa/caneta;
Guardar a seringa/caneta à temperatura ambiente;
Não utilizar a seringa ou a agulha da caneta se estas estiverem rombas;
Não limpar a agulha com álcool;
Manter a cápsula quando inutilizar a seringa/caneta e ter muito cuidado na sua eliminação
.

O que é a diabetes?

Olá, vou falar um bocadinho da diabetes.

Conheça os sintomas, os tipos e as complicações desta doença.

Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, autocontrolando a sua doença. Aliás, se o doente for determinado neste papel de autovigilância, a sua vida ficará muito facilitada.
O que é a diabetes?
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.
Quem está em risco de ser diabético?
A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:
Pessoas com familiares directos com diabetes;
Homens e mulheres obesos;
Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;
Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;
Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;
Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.
Quais são os sintomas típicos da diabetes?
Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:
Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
Sede constante e intensa (polidipsia)
Fome constante e difícil de saciar (polifagia)
Fadiga; Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
Visão turva.
Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
Ter muita sede;
Emagrecer rapidamente;
Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
Comer muito sem nada aproveitar;
Dores de cabeça, náuseas e vómitos.
É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.
Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.
Como se diagnostica a diabetes?
Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o médico do centro de saúde da sua área de residência, o qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à urina.
Pode ser diabético...
Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;
Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.